Rottweiler, uma raça talhada para o trabalho

Lendo um depoimento do renomado criador, adestrador e handler Oliver Neubrand, proprietário do afixo Vom Hause Neubrand, resolvi destacar um trecho que me chamou a atenção, e, o qual considero muito importante. O Rottweiler é uma raça de trabalho e necessita exercitar essa característica rácica. Por ser uma raça que amadurece lentamente, deve ser treinada com paciência e consistência, permitindo que o treinamento avance passo a passo. O Rottweiler necessita de um condutor firme e justo, capaz de entender como manter drives e motivação elevados durante o treino. Na obediência o dilema é ou o cão é treinado apenas na brincadeira, onde ele nunca vai desenvolver a capacidade para enfrentar uma situação real ou ele é treinado de uma forma muito dura fazendo com que ele desista totalmente do trabalho. No treinamento a motivação é a palavra chave, pois esta deve ser mantida sempre elevada permitindo que o Rottweiler construa em sua mente uma rotina que tornará o trabalho uma tarefa automática. É importante que essa característica, essa qualidade, seja preservada na raça. Nós não deveríamos acasalar Rottweilers com temperamento de Malinois ou Labradores. As qualidades que devemos buscar para que o Rottweiler no futuro mantenha-se como uma raça de trabalho são:

  • Drive de caça elevado

  • Nervos estáveis

  • Auto confiança

  • Dureza, entretanto, sem ser impossível de lidar

  • Equilíbrio entre os drives de caça e defesa

  • Àvido por trabalho

CONHEÇA O Schutzhund/ IPO / IGP

O QUE É?

A sigla IPO (Internationale Prüfung Ordnung ou Regulamento de Prova Internacional), corresponde ao antigo Schutzhund e atualmente virou IGP (Internationale Gebrauchshunde Prüfungsordnung).

O nome Schutzhund é composto de duas palavras. Schutz - Proteção e Hund - Cão, portanto Schutzhund é a Prova do Cão de Proteção.

É uma prova dividia em três seções: A - Faro, B - Obediência e C - Serviço de Proteção - como um triátlon de cães. Existem três níveis de dificuldade. Nível 1 - prova básica, 2 - intermediária e 3 - avançada. As grandes competições mundiais somente acontecem no 3 (grau avançado). Já para selecionar um cão para acasalamentos, exige-se o 1 (grau básico) como pré-requisito mínimo.

Temos provas afins:

BH (Cão Acompanhante) - obediência muito básica e prova de trânsito. O BH é a principal "arma" da cinofilia européia no controle à posse responsável.
AD - Prova de Resistência
FH - Prova de Faro (prova somente de faro para cães avançados nessa seção).

A HISTÓRIA

Inicialmente foi criado como uma prova para selecionar os cães pastores alemães aptos para o trabalho (serviços policiais em geral, embora estivesse sempre ligado a um clube de civis). Com o tempo, as outras raças alemãs (de guarda e serviço policial) também adotaram essa prova num esforço de padronizar e garantir a permanência da funcionalidade entre elas. Foi criada a AZG, entidade para nortear e adequar o trabalho aos clubes especializados dessas raças, e ela estabeleceu o SchH (atualmente IPO) e toda a sua família (BH, SchH 1, 2, 3, FH 1 e 2, AD). A AZG é composta de uma junta representada por diretores de adestramento de cada um dos clubes especializados e de esportes.

O objetivo principal é manter o caráter seletivo de todas essas provas, ou seja, que a média da criação dessas raças possam ser aproveitadas para auxiliar o homem em várias utilidades, que seja uma forma de auxiliar a selecionar cães mais rústicos e saudáveis para as funções.

Algumas tendências mundiais fizeram com que as provas de trabalho fizessem ajustes às necessidades. Os cães, ao mesmo tempo em que ganhavam adeptos, ganhava também inimigos, gente que dizia que cães representam risco à população, com a principal representação do partido verde no continente europeu. O mundo foi se tornando menos seletivo e a atividade do adestramento e da seleção de cães foi se tornando marginalizada. As pessoas passaram a associar isso à volta ao nazismo. Foi aí que o BH tomou seu espaço como prova de cães sociáveis e pré-requisito do SchH, que o nome SchH (proteção) mudou para VPG (prova de versatilidades para cães de utilidade), que o caráter esportivo foi incorporado, que a seção C (serviço de proteção) foi ficando cada vez mais rígida no sentido de controle. Hoje, no entanto, passou-se a utilizar o nome IPO.

É uma forma de poder selecionar (princípio de seleção) cães para várias funções, sem em nenhum momento perder a responsabilidade civil e ainda com um apelo esportivo para atrair novos adeptos.
Nos últimos anos, o esporte tem evoluído muito no Brasil e ano a ano vem ganhando muita força.

POR QUE TREINAR

A primeira resposta é por simples responsabilidade civil. Por que treinando IPO eu vou estabelecer um autocontrole sobre meu cão de uma forma que nenhum outro tipo de treinamento poderia me dar.

A resposta seguinte é por selecionar os cães mais aptos ao trabalho. As três diferentes seções (A - faro, B - obediência, C - serviço de proteção), faz com que somente um cão que apresente níveis mínimos aceitáveis (consiga atingir um mínimo de 70% em cada uma das seções), possa ser aprovado, assim como um triátlon.

No faro é preciso uma boa persistência para que o cão permaneça numa posição anti anatômica (focinho rente ao chão) durante toda a pista e enfrente situações adversas (dificuldades da pista, variações de clima e solo, formigas, barulhos e etc.). É preciso uma boa concentração para que o cão se mantenha durante toda a pista (a menor delas é a do nível 1, com no mínimo 300 passos de distância) no rastro de um único odor.

Na obediência o cão precisa ser capaz de realizar vários diferentes exercícios (no grau 1, oito e no 3, nove). São exercícios que intercalam concentração, explosão, autocontrole, persistência, treinabilidade (capacidade para ser treinável), determinação. Logo no primeiro exercício (condução sem guia), o cão deve mostrar uma boa capacidade de concentração para seguir o condutor e bom autocontrole e segurança ao ouvir os disparos do revolver e passar no grupo de pessoas mantendo-se o tempo inteiro indiferente a situação e colado à perna esquerda do condutor. Nos exercício de senta e deita em marcha, rapidez nas respostas dos comandos. No deita, na aproximação, capacidade de formar equipe com o condutor (subordinação, determinação, impulso de matilha). No ficar de pé, subordinação e os mesmos atributos da aproximação do deita. Nos 3 exercícios de buscar halter, controle de nervos, determinação, impulso de equipe, impulso de buscar. No mandar a frente, determinação e prontidão (resposta rápida ao comando) para ir à frente e depois, ao deitar-se imediatamente ao comando. No ficar deitado sob distração, indiferença ao tiro e autocontrole.

No serviço de proteção, é preciso antes de tudo mostrar uma boa segurança, altos impulsos de caça e de luta, combatividade, prontidão, nervos fortes e estáveis, uma agressão bem canalizável e muito autocontrole.

Logo no inicio, ao revistar as seis barracas, o cão mostra determinação e subordinação ao condutor, ao fazer o exercício em velocidade. Na localização, mostra segurança, autocontrole, nos latidos, agressividade. Na fuga, impulso de caça e vontade de subjugar o oponente. Ao largar, autocontrole, obediência ao condutor. Nos re-ataques, combatividade (impulso de luta). Nas mordidas, o equilíbrio dos nervos, a combatividade, os altos impulsos. Na condução, a atenção, a subordinação ao condutor, a segurança do cão.

Em suma, mesmo sendo um esporte, é seletivo, pois sem todas essas capacidades psíquicas em seus níveis mínimos, não há como ao menos aprovar um cão. São todas as capacidades que fazem parte de quase todos os requisitos mais básicos para cães de diversos e diferentes serviços que o cão precisa para prestar ao homem. Além de ser seletivo, é uma poderosa ferramenta para garantir a posse responsável.

O IPO e as demais provas (Ring Sport, Campagne, KNPV, etc), são todos esportes, estão todos regulamentados, são todos bem diferentes do imprevisível da vida real. Como meio de seleção, embora estejam longe de ver todas as nuances do cão de serviço, ajudam a selecionar vários requisitos essências para diversos serviços diferentes. Falando em genética, jamais conseguiremos separar o que é gênico do que é treinável em qualquer tipo de avaliação. Quando há uma regra (um regulamento), certamente as pessoas podem treinar muito, mas para ser treinável, é preciso ter potencial gênico. Se não há regras, não há meios de se estabelecer parâmetros, não há meios de deixar transparente.

O IPO é um triátlon que dá uma experiência ao condutor sem igual. Quem treina, é capaz de identificar bons cães durante pouco tempo de contato, aprende a manejar filhotes com muito mais conhecimento.

O IPO é um triátlon que ajuda além de selecionar cães funcionais, cães muito inteligentes (treináveis para diversas funções). O que queremos é um cão inteligente e ávido ao trabalho, que esteja sempre disposto ao treinamento.

Para quem quer ter uma noção maior sobre esta prova, leia o regulamento https://www.adestramentobr.com.br/regulam_ipo_2012_portugues.pdf

texto de Rogério Sandoval Silveira, adaptado

https://cbrr.com.br/2017/conheca-o-ipo-por-rogerio-sandoval/Digite o texto aqui...aqui...

Tel.: +55 (32) 9 9993-2926
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora